sábado, 19 de setembro de 2015

Um outro alguém

Faz tempo em que alguém não me fazia sorrir assim, despretensiosamente...
É bom quando você enxerga em outra pessoa características peculiares suas, e é isso que me deixa assim, principalmente quando é do verbo "gostar".
Eu lhe pergunto se alguma vez você já ficou tão carente, tão solitário(a), que qualquer um praticamente já lhe bastava? Que todos ao redor já eram bons demais para você? Bem, já me senti assim, e é muito ruim. Porque nessas horas, as pessoas parecem mais distantes, sei lá.
Mas não agora. Sabe, nestes dias eu venho vivendo, buscando, me esforçando, até rezando vez por outra sem reclamar. Tentando ser pura e fazer o melhor de mim. E isso gera resultados pra humanidade. Parece que é uma energia que irradia e vai com seus braços alimentando os outros, tipo mágica. E quando você passa pelas pessoas e sorri mas elas não sorriem de volta, até que alguém sorri, daí você já fez a diferença. Quando você menos esperava a pessoa que sorriu de volta estava pensando em você, falando com você, te desejando. E por mais que a sua solidão manifestasse noite após noite, e por mais que você bolasse planos para conquistar aquele pseudo-amor-mecanizado, não conquistou, pois não se trata de esforço, mas de sorrisos mútuos apenas. Se trata do frio na barriga mesmo que você não queira, mesmo que evite. Se trata de olhar pro outro e reconhecer a si próprio, de se encontrar nos corredores da faculdade ou nos da vida, de se esbarrar em meio ao caos interno e dizer um "oi" despretensioso. E ainda aquele que você não via, mas trocava palavras rotneiras, opiniões variadas, verdades recém descobertas. Ou aquele que te ajudou vez por outra nas provas de fim de ano. Ou ainda aquele que virou pra sua direção e não desvirou mais. Aquele cumprimento descabido de cabeça e baixar de olhos. Aí as coisas acontecem sem você precisar querer, baby. Vê agora? Quem sabe está pensando em você como você está pensando nele.
Quando se está em a situação ruim, parece que somos os únicos da face da Terra assim, mas não é verdade. Se ele está tão carente, eu também estou. Se ele chamou pra sair, eu também ná chamei outros. Também fiquei preocupada. Também hesitei.
Se eu pudesse mandar uma carta, mas carta mesmo, escrita a mão, com desenhos e uma marca de beijo na folha, eu faria um verso, e te diria pra não se preocupar, pra não dicar inquieto. Eu queria te dar um abraço e agradecer por ter sorrido de volta no corredor. E o resto, a gente inventa.

;)

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sobre tudo dentro de mim


Hoje o dia foi incrível - eu diria há uns dois a três anos. Não mais - sou mais realista agora, hoje o dia foi bastante proveitoso, foi bom. Cheguei antes da hora, andei pelos corredores vazios, escancarei a porta da sala 314A e contemplei a sala vazia, escura, silenciosa. O quadro em branco. O projetor desligado. Apenas alguns funcionários passavam pelo corredor. As outras turmas estavam em horáeio de aula, já a turma ao lado não tinha aula de manhã, talvez a tarde.

Acendi as lâmpadas e encostei a porta atrás de mim. Dei dois passos à frente e parei pois havia uma aranha flutuante bem à frente. Entrei numa fileira de cadeiras e me acomodei em uma delas, mais pro dinal da sala do que pro começo, onde estava o quadro. Fiquei ali pensando que deveria pegar umas folhas e estudar, mas em vez disso, fiquei ali só. Estava com sono, não seria nada produtivo, além do mais as pessoas logo chegariam e me atrapalhariam a concentração. Apósuns quarenta minutos, o professor entraria em sala

Matéria: anatomia patológica. Assunto: arteriosclerose.

Que aula produtiva! A tirma estava um pouco faltosa, pois havia um simpósio que alguns teriam ido no horário de aula. Já eu, não posso me dar a regalia de falar aula assim.. Ainda mais porque o congresso era pago.

Assisti à aula satisfeita porque o assunto é aplicável a certas pessoas da minha vida. Então, tirei umas dúvidas com o professor no final da aula - o qie eu quase não faço, por timidez ou sei lá o quê - e desci o viaduto na minha companhia. Minhas amigas foram embora na frente, estavam com pressa. Bem, eu também, mas não podia perder a oportunidade de tirar a dúvida de desde a aula passada.

Era o seguinte: pessoas com placa de ateroma na carótida, mas com pouca obstrução, devem mudar alguma coisa na vida?

Resposta: sim. Fazee alguma atividade física, alimentação, manter o colesterol sob controle, se for hipertenso (não é o caso) aferir periodicamente a pressão. Beber um vinho diariamente ajuda também, de qualidade. Mas o fator genético também atrapalha, aí não tem muito o que fazer.

E aí eu lerguntei: "e se a pessoa virar vegetariana?" E resumidamente ele respondeu que "não adianta fazer isso e a pessoa sai de casa e leva um tiro na cabeça, ou seja, não adiantou". Aí a pessoa não aproveita a vida.

Pois é, caros. A questão toda gira em torno disso. De aproveitar a vida. até para médicos, experts em saúde física, mental, espiritual. Vamos nos ajudar a sermos felizes. A fazermos bem a nós mesmos.

Então, tirei minhas dúvidas e fui uma das últimas a sair de sala. O projetor foi desligado, o computador desligado, a sala foi esvaziada. Ela não se esvaziou. As coisas são tão inertes sem nós, seres humanos. Por isso que às vezes me orgulho de ser gente. De poder fazer acobtecer e ter uma capacidade intelectual aprimorada.

voltei pra casa, almocei dias da tarde, e é isso. Hoje o dia tá bom. Só falta uma companhia. Um boy. Mas é isso né. Nem tudo a gente pode ter na hora que bem entender. Ah, a carência! Largue do meu pé pois você não é minha sombra.

Bom final de semana!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Primeira vez

não, me desculpem. Para este blog, não me didico a vocês, leitores. Este blog foi feito para mim. Para meus sonhos, minhas aventuras, meus anseios que eu tenho que guardar e aprisionar todos os dias. 

Não se enganem com o endereço do blog: não se trata de uma estudante de Medicina, apenas. Trata-se de algo muito maior. Algo que eu não sei se todos têm dentro de si.

Bom, talvez, quem sabe, eu fale sobre a Medicina. Quem sabe da matéria, quem sabe da vida. Mas eu quis falar sobre o dia a dia, por isso fiz um blog novo: porque minha vida tem sido bastante diferente. 

É desafiador pegar um ônibus e viajar 2 hiras ate a faculdade! Bem, tenho ondireito de vomitar minhas angústias, me poupem. Viu falar, sim!  
Mas o pior náo é o cansaço. O pior são as pessoas que querem te assediar, mesmo que seja só um princípio. O pior é você ver cada cachorro olhando pra bunda de qualquer mulher que passe. O pior é você não pider se arrumar por medo de ser assaltada. 

Então. Hoje meu dia foi assim. Carona com mãe - van - faculdade - van - carona - catequese da irmã - restaurante (janta) - casa - banho - agora.

Meu curso é ótimo. Estou amando! Mas pra uma federal... Queria ganhar meu dinheiro logo! 
Meu amigo passou pra uerj um ano depois que eu entrei e já ganha 400 reais pela monitoria que ele dá. Na minha faculdade, você não ganha absolutamebte nada!! E ainda paga mensalidade. Isso é cruel! Ainda ter que pagar condução...  Não é fácil!

E a.minha independéncia? E meu livre-arbítrio? Quando vou ser protagonista da minha vida?

Sabe, não e culpa necessariamente da faculdade, mas eu gostaria de estar em uma melhor, pública. Estudando, ganhando, sendo reconhecida, fazendo projetos científicos. Me sentir mais engajada. Não quero apenas cursar um período após o outro pra pegar meu CRM. Óbvio que é suado, é desgastante, é às vezes doloroso. Mas a gente aprende a sufocar algumas coisas pra aprender a guiar melhor o barco, e acaba não sentindo tanto as tempestades. A calmaria é tanta às vezes que até enjoa (sei que é contraditório). Todo navegador precisa de um pouco de correnteza. Queria pular do barco, nadar forte e chegar a um navio. Olhar lá de cima o barquinho e acenar pra quem estiver lá ainda. E chamar: ei! Vem pra cá! Não fica aí só remando,não! E aí ele pula da canoa e vem vindo. Isso é lindo. 

Mas é preciso ousadia, coragem, senso de direção, fé, amizades, capacidade de julgamento apurado (porque não adianta nadar até um navio pirata, né?!), perseverança, auto-controle, e objetividade. Ser autônomo, perspicaz, ter auto-conhecimento. Acho que só.

Essas coisas são básicas, sério. Para se chegar a elas, contudo, deve-se ter concentração e foco. E essas são as mais difíceis e com as quais eu luto tanto de uns anos pra cá - filhas da mãe! 

Então, pessoal, por hoje é isso. Achonque desabafei um pouco aqui e isso me faz bem. Qualquer dia eu volto com mais aventuras. 

Beijo, beijo! 

Lígia Coelho.