Assim sendo, agradeço o fato de não sermos pólipos do mar, pois podemos nos locomover. E neste vai e vem infinito e caótico mal distribuído, por quantas pessoas cruzamos sem dar-lhes bom dia, sem cumprimentar, no máximo fazendo contato visual? Mais que isso, por quantas vezes cruzamos pelas mesmas pessoas sem as reconhecer? O penteado muda, as roupas mudam, o sapato. Mas, sabe, são as mesmas pessoas. Se você fica sempre no mesmo ponto no mesmo horário a cada dia da semana, com certeza saberá ao menos algumas das pessoas que estarão ali novamente no dia seguinte. Mas e sobre aqueles que encontramos dinamicamente, enquanto andamos, na escada rolante, enquanto um sobe, é sempre o mesmo que desce, e enquanto você desce a escada, são as mesmas pessoas que sobem. Sentidos contrários, objetivos parecidos.
Podemos achar que não, mas essa troca de energias é sentida pelo universo. Estamos interligados por um só objetivo. Podemos ter a força de remodelar essa cinética que é a rotina, redefinindo-a, mas para isso, temos que ter conhecimento do que queremos para nossa vida. Por quais caminhos queremos andar, por quais pessoas cruzar? Que energia você emana, e a partir de quais atitudes vai propagá-la?
Talvez por isso também viajar seja uma paixão mundial. Pois como eu vou saber o que eu quero para a minha vida se conheço uma parte pequena do mundo? Confesso que acho o por do Sol lindo, mas será lindo em todos os horizontes? Ou será mais lindo em outros lugares?
Posso parecer meio hippie, mas longe disso, sou até enjoada, se quer saber. Mas gosto de enfrentar os meus preconceitos e ter histórias para contar, ao menos, mais tarde. De vez em quando aparecem até algumas surpresas nas viagens. E eu adoro!

