sábado, 23 de julho de 2016

Existe uma batalha que é das mais difíceis de se defender
A batalha invisível
Com a qual lutamos todos os dias
E mais
Ainda todas as noites
É a batalha obscura dos nossos medos
A batalha dos nossos pesadelos
A batalha triunfante
Em que não sabemos ao certo
Quando exatamente saímos ganhando ou perdendo
Podemos conhecer nosso adversário
Mas o conheceremos tão bem quanto ele a nós

Querido amigo, anjo da guarda,
Ajude-me a saber quando é a hora certa
A enxergar qual o melhor lugar
A deduzir os meus caminhos
A reconhecer curvas perigosas

Pode ir na frente
Apaziguando guerras
Amolecendo corações
Distribuindo cartazes
Com o amor em canções

E assim que eu vá devagar
Sem a pressa que eu enfrento
Confiando plenamente
E sutilmente
Perceba que esta gente
É muito mais amável que o aparente.

E aí, assim,
Esta guerra interna vai ter fim
Pois você dará a mão para mim
E poderemos dar, enfim,
Um grande passo para sempre.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Conselhosinhos úteis

Sabe, vou partilhar um pensamento que está martelando na minha cabeça o dia todo.  Quando eu era mais jovem, adolescente, em torno dos 14 pra lá, era uma exímia sonhadora. Como a adolescência é um tempo da sua vida em que por definição, é meio indefinida, eu só curtia o momento, e tudo que vinha era festa. Eu não sabia o que faria na minha vida, não sabia qual faculdade, mas lá estava, firme e forte. É bem diferente de agora.
Antes eu poderia ser uma completa ignorante, bitolada, desorientada, mas não era o que eu sentia. Havia uma confiança e segurança provenientes não sei de onde que me permitiam ser uma criaturazinha bem simpática e agradável, e até empática o bastante. Muito comunicativa, super puxa saco dos professores, de bem com a vida e com todos. Tudo bem que eu tinha um pé atrás com algumas pessoas, nada diferente do padrão.
E então você começa a questionar-se sobre suas habilidades, pensa que é uma medíocre (= está na média), e fica insatisfeita consigo mesma, começa a tentar mehorar, melhorar, imitando o que é perfeito na sua visão exterior do mundo e acaba virando alguém que não é.
Sabe, eu não sei onde eu li isso, mas o que serve para outras pessoas pode não servir para você. Assim como você não precisa necessariamente ser como a pessoa agradável que está procurando, porque os opostos se atraem. Há quem goste do seu jeito de ser sem mudar uma vírgula sequer, e você vai gostar dessa pessoa. Mas para que isso dê certo, é preciso que você aceite quem é. Não adianta simular um ideal que não está nos seus genes, não faz parte da sua natureza. E, afinal de contas, pra quê gastar energia com isso? O mundo tem bilhões de anos e se você está aqui, hoje, do jeito que é, é porque tudo conspirou para isso. Não queira carregar toda essa história sobre apenas um par de ombros - os seus. E, além disso, cada tipo de gente dá suas contribuições à sociedade, cada um em seu ritmo. É como fazer cálculo de matemática. Pra mim, eu sempre funciono melhor sozinha, pois com alguém fazendo a conta junto comigo, eu sempre erro, fico pra trás, desconcentro, não adianta. Assim também são as personalidades: cada uma do jeito que é. Não se muda, mas o tempo te moldará e, por isso, você não precisa se preocupar em adequar-se aos lugares, às pessoas, às situações, porque o que você faz é esperado para alguém da sua idade, com as suas instruções e com a sua educação familiar. Portanto, olhe um pouco para o lado e veja que não é preciso, de fato, encolher-se, sob nenhum tipo de pseudo-capa neutralizadora de desejos, encantos, surpresas, afinal isso é até bem vindo.
Enfim, eu penso que há muitos tipos de conflitos, e os conflitos mais complicados de solucionar são os internos, morais, pois enquanto não forem sanados, não adianta, vão permanecer ali. É muito importante conversar bastante, trocar ideias, não se isolar, ver o que é melhor pra você, e não se sentir pressionada (nunca, jamais) para além daquilo que considera saudável. Tentar se livrar das amarras que a vida naturalmente lhe impõe, ser livre, administrar sua vida com protagonismo, são passos importantes para você ser você mesma, até o fim dos tempos.